Consta que em tempos que já lá vão, quando havia Fadas e Varinhas de Condão, vivia na Torre do Castelo um Alcaide cuja esposa era muito virtuosa e respeitada pelos seus dotes de magia - era Fada.
O casal tinha uma única filha, que no tempo das guerras com os Mouros, se apaixonou por um Príncepe Mouro que estava chefiando o cerco a Sortelha há muitos meses.
Foi um amor que nasceu e cresceu apenas por olhares, gestos, sinais e mensagens.
O seu desejo de se encontrarem físicamente era enorme mas enorme era também a barreira que os separava - a religião e a guerra.
Pelas duas horas da madrugada, quando tudo dormia, os soldados não foram traidores porque não permitiram que entrasse mais ninguém mas autorizaram a entrada do Príncepe desarmado e a saída da Torre, à Menina.
Para não serem vistos, ele subia ansioso a encosta pedregosa do Castelo e ela descia apaixonada e silenciosamente.
Mas a sua Mãe, que, como disse, era Fada, teve um pressentimento que sua ficha se tinha levantado e iria fugir com um rapaz considerado inimigo e infiel, quando afinal o sonho do Casal era casarem-na com o valeroso e cristão filho do Alcaide do Sabugal, ali tão próximo, no Reino de Leão, com o quai haveria todo o interesse em estabelecer bons laços de vizinhança, levantou-se com jeitinho da cama para o marido, o Alcaide, não acordar e não originar grande alvoroço e escândalo.
Pensava até que a um brado da mãe, a filha, que até então se tinha mostrado tão religiosa, casta e obediente, caisse em si e se arrependesse da insensatez que ia praticar.
Quando a Fada se assumou no alto da muralha, viu que já se estavam Beijando.
Ficou tão chocada que num gesto precipitado, fez accionar a sua varinha de condão e ninguém mais voltou a ver a
A Moirama, com o desaparecimento misterioso do seu chefe, retirou-se e o Alcaide de Sortelha, desgostoso e sem descendência renunciou ao cargo e com alguns que o quiseram seguir e deixar a guerra foi amanhar as boas terras de cultivo que possuia no fundo do vale, onde fundou uma povoação chamada Casteleiro.
Se a Lenda é verdadeira ou falsa não sei. O que sei é que estando no Corro, se olhar para a encosta do Castelo, lá vê os dois amantes transformados em penedos a beijarem-se eternamente.
Nota: É com autorização do Autor que publico esta Lenda. Pode encontrar esta e muitas ouras no Livro de Dr. vitor M. L. P. Neves. Sortelha museu aberto.
"J Gouveia"
Nota: É com autorização do Autor que publico esta Lenda. Pode encontrar esta e muitas ouras no Livro de Dr. vitor M. L. P. Neves. Sortelha museu aberto.
"J Gouveia"
Sem comentários:
Enviar um comentário