A Serra da Opa

Fica nos limites do concelho de Penamacor com o concelho do Sabugal. O seu cume marca parte do limite entre a Beira Baixa e a Beira Alta, mas não se enganem: a serra da Opa até nem é muito alta e estando em boa forma trepa-se bem pelo próprio pé, sem necessidade de especiais adereços. Um cantil cheio trazido de casa e um cajado de ocasião escolhido já a caminho podem ajudar. No cimo talvez encontre como bónus as ruinas de alguns castros de antanho. De lá do alto poderá disfrutar de belas vistas para o Casteleiro, Moita, S. Estêvão, Vale, Meimoa,Benquerença mas também, espreitando para Norte, a silhueta de Sortelha, a Sera de São Cornélio, a da Gardunha e para Oeste a Estrela e o vale da Cova da Beira, para leste a Malcata e um vislumbre da Serra da Gata, já em Espanha. Vale a pena subir à Serra da Opa, em Sortelha à Serra de São Cornélio,vale sempre a pena subir a uma montanha.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As grandes vias da Lusitânia

Das trinta e quatro vias referidas no Itinerário de Antonino Pio para a Península Ibérica, onze respeitam ao actual território português: quatro de Brácara Augusta (Braga) a Astúrica Augusta (Astorga); uma de Olisipo (Lisboa) a Emérita Augusta (Mérida); uma da Salácia (Alcácel do Sal) a Ossonoba (Faro); e duas de Baesuris (Castro Marim) a Pax Júlia (Beja).

O estado actual da investigação neste domínio mostra que esta lista é muito incompleta, onde não estão registadas algumas vias principais e todas as secundárias.

Uma das estradas mais importantes do Portugal romano seria a via XVI do Itinerário de Antonino Pio, com uma extensão de 244 milhas (cerca de 360 Kms.), que ligava Olisipo (Lisboa) a Brácara Augusta (Braga), passando por Ierabriga (Alenquer), Scallabis (perto de Santarém), Selleum (Tomar), Conímbriga, Aeminium (Coimbra), Talabriga (Branca - Albergaria a Velha), Lancobriga (Fiães, Feira) e Cale (na margem esquerda do Douro); após a travessia do Rio Douro, seguia por S. Mamede Infesta, S. Pedro de Avioso, Quinta do Paiço e Vila Nova de Famalicão, o que é atestado pelo achado de miliários.

O traçado desta via, cuja construção poderia ter terminado ainda na primeira metade do século I, terá seguido em parte os antigos caminhos indígenas que já anteriormente haviam sido utilizados pelo exército romano nas diversas campanhas durante o período da conquista, sendo um exemplo a expedição de Décimo Júnio Bruto, em 137 AC.

Brácara encontrava-se ligada à capital da Lusitânia, Emérita Augusta (Mérida), por uma via imperial, em grande parte aberta no tempo de Augusto e não registada no Itinerário de Antonino Pio que, partindo desta cidade (Emérita Augusta) e após a passagem em Cáceres e a transposição do Tejo pela ponte de Alcântara, penetrava no actual território português por Segura, seguindo a Idanha-a-Velha (Egitânia), Vale de Lobo, Casteleiro, Sortelha (Lancia Oppidana) Centum Cellae (junto de Belmonte), Famalicão, Mangualde e Viseu. A partir daqui, a ligação a Brácara Augusta podia fazer-se directamente, seguindo a Castro Daire, Castelo de Paiva e, depois de cruzado o Douro; ao Freixo, Marco de Canavezes, Pombeiro, S. João da Ponte e S. Martinho de Sande, ou então pela via que, passando por S. Pedro do Sul, entroncava cerca de Talabriga (Branca - Albergaria a Velha) na via Olisipo - Brácara.
"Quim"

História de Portugal, Direcção de José Hermano Saraiva, Publicações Alfa

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