Num Castro em ruínas de um passado distante, lindas mouras de cabelos de ouro, de formas esbeltas e de infinito encanto, presas por eternos desígnios a uma eternidade infinita. Num Castro da Serra da Opa, junto da Penha, lá vivem elas, lindas excessivamente lindas, escondidas naqueles mais recônditos lugares entre os misteriosos barrocos, viviam encantadas "Mouras", todos os Anos, na noite de S. João, saíam a estender preciosas meadas de ouro que guardam e só entregariam a quem, naquela noite, à meia noite, apanhar a semente do feto real.

E como os fetos abundam na serra da Opa, muitosdos habitantes da Moita, de geração em geração, têm subido, encosta acima, até ao cume da serra da Opa, a estender pelo chão lenços e toalhas, na ânsia de encontrar a planta que deixará cair a semente do feto real.
Muitos lá têm ido e de lá têm vindo sem as preciosas meadas de ouro, desiludidos, e mais que desiludidos, amedrontados e confusos, sem o valioso tesouro e essas lindas "Mouras Encantadas terem apreciado.
E assim, através das gerações, ao cair da meia noite todos os que têm pretendido quebrar o encanto, recolher as preciosas meadas de ouro. tendo na fuga, achado demasiado comprido, nessa noite o caminho da Serra da Opa ! E por isso, lá entre os barrocos, junto de enormes penedias, continuam encantadas, lindas, excessivamente lindas mouras, de tranças de ouro, a guardar, pelos séculos dos séculos, grandes e excessivas riquezas.
Pode tambem ler esta e outras lendas em"MEMÓRIAS, USOS E COSTUMES DUM POVO - CASTELEIRO", De Daniel Machado
"Quim"